Quem eu tanto amo
Não me dá tão valor
Perco o sentido
Ao viver por esse amor
Só tenho olhos para ela
Em meia multidão,
Meu coração é dela
Mas não faz questão
Não sei o que eu faço
Com essa aflição
Não declarei para ela
Pois o seu olhar, me diz não.
Oportunidades de novos amores
Não me faltam,
Mas eu digo não;
Meu coração já tem dono
Mesmo que esse dono
Não faça questão
Tenho esperança
Que reconheça o meu amor
Humilde e verdadeiro
Que não tem o seu amor.
Ó grande Sábio
Dê onde vem tanta sabedoria?
– Do conhecimento!
Que Deus me deu, da verdade que não conhecia
Porque está sempre a meditar
No seu pensar e no que a de falar
– Pois sei que pouco falo
Mas o que falo tem peso ao escutar
Já és velho de idade
Mas que ainda pode fazer
– Posso lhe ensinar a paz e caridade
E dar ao seus olhos uma nova realidade.
Sou jovem que penso em crescer
E tu o que tens a me dizer
– Que viva a vida com prudência
Buscando sempre aprender.
Que miséria bandida
Que tanta fome há
Onde está a vida?
Que floria nesse lugar.
Com o sertão seco
E com a água intragada
Vejo nos olhos crespo
A miséria encalhada
Peço a Deus piedade
Que amenize a melancolia
De um povo com ou sem idade
Que trabalha todos os dias
Há desgraça e a melancolia
Se faz no civil
A fome e a miséria
Faz parte do Brasil.